Lermos e Meditarmos

"RECONHECE-SE O VERDADEIRO ESPÍRITA PELA SUA TRANSFORMAÇÃO MORAL, E PELOS ESFORÇOS QUE FAZ PARA DOMAR AS SUAS MÁS INCLINAÇÕES" - Allan Kardec

terça-feira, 8 de março de 2011

A Alma

Segundo uns, a alma é o princípio da vida material orgânica. Não tem existência
própria e se aniquila com a vida: é o materialismo puro. Neste sentido e por comparação,
diz-se de um instrumento rachado, que nenhum som mais emite: não tem alma. De
conformidade com essa opinião, a alma seria efeito e não causa.

Pensam outros que a alma é o princípio da inteligência, agente universal do qual
cada ser absorve uma certa porção. Segundo esses, não haveria em todo o Universo senão
uma só alma a distribuir centelhas pelos diversos seres inteligentes durante a vida destes,
voltando cada centelha, mortos ou seres, à fonte comum, a se confundir com o todo, como
os regatos e os rios voltam ao mar, donde saíram.
Essa opinião difere da precedente em que, nesta hipótese, não há em nós somente matéria, subsistindo alguma coisa após a morte. Mas é quase como se nada subsistisse, porquanto, destituídos de individualidade, não mais teríamos consciência de nós mesmos. Dentro desta opinião, a alma universal seria Deus, e cada ser um fragmento da divindade. Simples variante do panteísmo.

Segundo outros, finalmente, a alma é um ser moral, distinto, independente da
matéria e que conserva sua individualidade após a morte.
Esta acepção é, sem contradita, a mais geral, porque, debaixo de um nome ou de outro, a idéia desse ser que sobrevive ao corpo se encontra, no estado de crença instintiva, não derivada de ensino, entre todos os povos, qualquer que seja o grau de civilização de cada um. Essa doutrina, segundo a qual a alma é causa e não efeito, é a dos espiritualistas.


Tirado do Livro dos Espíritos
Introdução II

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